quem disse que as montras não falam? alheias a horários e temporais, espreitam quem passam com um olhar nada indiferente. coloridas, vazias, a abarrotar, uma montra é também um retrato sempre inacabado do que se passa mais dentro. nisto pensava o serafim quando se deparou com um espaço por preencher. encavalitou-se num poiso confortável (não no mais alto, que isto das vertigens é uma coisa tramada!) e por ali vai ficando, saudando quem entra e quem passa e quem o atura. está rodeado de cor e de simpatia, nas mesas em frente há sempre alguém que se senta e que oferece o seu tempo para um lanche fora de horas. às vezes, soa um piano que tem dias bons e maus, como todos. é agradável, como agradável pode ser a casa que nos recebe e nos senta, todos os dias.
loja 9, na galeria Lumiére. (podem olhar, mas entrem também.)